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Transição Energética
Biogás, biometano e gás natural: quais as principais diferenças?
Numa era de transição energética, optar por combustíveis renováveis é uma estratégia fundamental. A dependência de fontes de energia fóssil não só contribui para o esgotamento de recursos naturais finitos, como também intensifica as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) prejudiciais, que acentuam o aquecimento global e as mudanças climáticas. Portanto, o primeiro passo para a transformação passa pelas escolhas que fazemos. Apostar em combustíveis renováveis, como os biocombustíveis gasosos, é apenas uma das muitas soluções que estão ao nosso alcance. Saber mais sobre este tipo de alternativas é crucial para que possamos tomar decisões informadas, que promovam um futuro energético mais sustentável.
Neste artigo, explicamos-te as diferenças e as vantagens do biogás, biometano e gás natural, enquanto apresentamos os desafios e limitações de cada uma destas soluções.
O papel do biogás, biometano e gás natural
O biogás, biometano e gás natural são facilmente confundidos como sendo gases iguais. No entanto, não poderiam ser mais diferentes, principalmente em matéria de sustentabilidade.
O biogás é produzido a partir da decomposição anaeróbica (uma espécie de “biodigestão”) de resíduos orgânicos, o biometano é o resultado da purificação do biogás, enquanto o gás natural é um combustível fóssil extraído de reservas subterrâneas. Analisemos caso a caso, para simplificar.
Biogás
Como te explicamos, o biogás é produzido a partir da decomposição de matéria orgânica, como estrume, restos de alimentos ou substratos agrícolas. Durante este processo, feito num ambiente controlado sem oxigénio, os microrganismos vão decompondo estes resíduos. Como subproduto obtém-se o biogás, constituído por diferentes gases, como:
• Metano (CH4);
• Dióxido de carbono (CO2);
• Oxigénio (O2);
• Vapor de água (H2O);
• Sulfureto de hidrogénio (H2S);
• Siloxanos (H4Si).
No fundo, o impacte ambiental do biogás é muito reduzido. Este, basicamente, transforma lixo e desperdício em energia útil, reduzindo as emissões de CO2 e outros gases poluentes, durante o processo de obtenção e utilização.
Biometano
O biometano tem uma composição idêntica ao gás natural e é por isso que pode ser injetado na rede de abastecimento existente sem levantar grandes problemas. Este biocombustível gasoso é obtido mediante a purificação do biogás. Neste processo, são retiradas todas as impurezas contaminantes — como o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2), o nitrogénio (N) ou o gás sulfídrico (H2S) —, até ser alcançada uma base quase pura de metano (CH4).
Este processo de purificação, conhecido como “upgrading”, não acarreta riscos para o meio ambiente, muito pelo contrário. Ao capturar e ao purificar o biogás, evitamos a libertação de metano para a atmosfera, um GEE muito mais potente e prejudicial do que o CO2.
Gás natural
Já a composição do gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves, assim como outros compostos químicos orgânicos. Entre estes, encontramos:
• Metano (o principal constituinte do gás natural);
• Etano (C2H6);
• Propano (C3H8);
• Butano (C4H10);
• Pentano (C5H12) e os respetivos isómeros (compostos).
Embora o gás natural seja frequentemente considerado uma alternativa mais limpa aos combustíveis fósseis mais pesados, como o carvão ou o petróleo, este ainda apresenta um impacte ambiental significativo. A sua combustão, para gerar energia ou aquecimento, liberta emissões de dióxido de carbono consideráveis. Além disso, durante a extração, o processamento e o transporte do gás natural, são libertadas quantidades de metano consideráveis para a atmosfera, aumentando significativamente a sua pegada de carbono, quando comparado com o biogás ou o biometano.
Futuro sustentável: contamos com biogás, biometano e gás natural?
O biogás é um biocombustível gasoso de origem biológica, o que faz com que pertença à categoria dos combustíveis renováveis. Já o biometano, por ser purificado, é considerado um biocombustível avançado. Ambas as alternativas, devido às suas características sustentáveis, podem desempenhar um papel fundamental na transição energética.
Apesar do nome dado ao gás natural, este é um combustível gasoso de origem fóssil. Ou seja, não pertence à categoria dos combustíveis renováveis. Trata-se da terceira fonte de energia mais usada, depois do petróleo e do carvão. A sua ampla utilização deve-se, sobretudo, à sua eficiência energética e ao preço competitivo. Ainda assim, não nos podemos esquecer de que se trata de um recurso finito, cuja extração e aplicação apresentam implicações ambientais acentuadas.
É neste contexto que o biogás e o biometano se destacam como alternativas mais promissoras. Como biocombustíveis gasosos renováveis, são cruciais para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e mitigar as alterações climáticas.
A produção destes biocombustíveis avançados defende uma abordagem mais sustentável do que a do gás natural, recorrendo à biomassa para gerar energia limpa. Além disso, o uso de resíduos orgânicos nos seus processos de produção promove a economia circular, transformando o desperdício num recurso valioso e reduzindo a necessidade de recorrer a aterros sanitários para depositar lixo orgânico.
A incorporação de biogás e biometano na matriz energética mundial e nacional pode trazer inúmeros benefícios, incluindo a redução das emissões de GEE, a melhoria da gestão dos resíduos e a diminuição da poluição atmosférica.
Biogás: quais as vantagens e desvantagens?
Segundo a EBA — European Biogas Association, o biogás e o biometano são peças cruciais para atingir a neutralidade carbónica até 2050.
Entre as vantagens do biogás, é importante destacar o seguinte:
• O biogás, relativamente ao gás natural, não tem tanto impacte ambiental;
• Aproveitar a energia do biogás proveniente de aterros sanitários e do tratamento de águas residuais representa uma solução mais sustentável para a gestão dos resíduos urbanos em causa;
• Usar o biogás para gerar energia impede que o metano, oriundo da decomposição da matéria orgânica, seja libertado para a atmosfera, quando se transforma em gás carbónico por via do processo de queima;
• O biogás é uma energia alternativa mais limpa. Para dar resposta às necessidades energéticas, as comunidades isoladas podem usar os resíduos provenientes da pecuária e da agricultura para produzir este biocombustível gasoso;
• Segundo a Agência Internacional de Energia, para já o biogás e o biometano representam apenas uma pequena parte do consumo global de bioenergia. Com o interesse crescente nestes combustíveis renováveis, o número de instalações globais em funcionamento deverá aumentar nos próximos anos.
Embora o biogás seja uma fonte de energia renovável e sustentável, também apresenta desafios importantes que merecem ser considerados, como:
• Depende da disponibilidade de matéria-prima orgânica para ser produzido, como resíduos agrícolas e dejetos de animais. Por isso, a sua produção pode ser limitada em áreas com escassez destes recursos;
• Podem existir variações na qualidade e quantidade do biogás produzido, o que pode afetar a sua eficiência e previsibilidade. Nesse sentido, é fundamental haver uma gestão cuidadosa do processo de produção;
• A instalação de uma unidade de produção de biogás requer investimentos significativos, principalmente em equipamentos e em infraestruturas adequados. Além disso, o custo de operação e de manutenção também pode ser considerável, especialmente em sistemas de produção de grande escala.
Biometano: quais as vantagens e desvantagens?
Já sabes que a obtenção de biometano é alcançada com sucesso, quando se realiza a purificação total do biogás. Entre as vantagens deste biocombustível gasoso, é preciso destacar que:
• O biometano promove uma economia verde, uma vez que contribui para a sustentabilidade ambiental, a economia circular e a redução das emissões de GEE;
• O biometano é uma solução inteligente para a gestão de resíduos orgânicos, através do aproveitamento de matérias-primas que de outra forma seriam descartadas ou enviadas para aterros sanitários. Ao converter resíduos orgânicos numa fonte de energia valiosa, consegue reutilizar e reciclar recursos inesgotáveis no processo de produção;
• Como pode ser produzido localmente, o biometano não precisará que sejam construídas grandes infraestruturas de abastecimento. Esta produção descentralizada torna-se uma opção viável, mesmo em comunidades mais rurais ou remotas, promovendo a autonomia energética local;
• O biometano tem um impacto direto na qualidade de vida de todos, por reduzir a libertação de metano para a atmosfera, capturado no processo de decomposição dos resíduos orgânicos. Isto não só ajuda a reduzir as emissões de GEE, como melhora a qualidade do ar, diminuindo os riscos para a saúde associados à poluição atmosférica.
Em termos de obstáculos para a transição energética, ainda há um caminho considerável a percorrer para que o biometano faça parte do nosso dia a dia. Entre os desafios mais recorrentes, destacamos os seguintes:
• O custo de produção de biometano pode ser elevado. Este necessita de infraestruturas e equipamentos adequados para ser devidamente purificado;
• A falta de políticas públicas claras e consistentes que incentivem a produção e utilização de biometano pode dificultar o seu crescimento em termos de utilização;
• O biometano compete com fontes de energia convencionais, como o gás natural e outros combustíveis de origem fóssil, os quais são muitas vezes mais baratos e estão melhor estabelecidos no mercado de abastecimento;
• Para superar os desafios técnicos e operacionais associados à produção e utilização de biometano, são necessários investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento, de forma a obter tecnologias mais eficientes e rápidas para a purificação do biogás, métodos de armazenamento avançados e sistemas de distribuição inovadores.
Gás natural: quais as vantagens e desvantagens?
Quando falamos das vantagens e desvantagens do gás natural, nem tudo é preto no branco.
Por um lado, o gás natural desempenha um papel importante na transição energética devido à sua abundância, acessibilidade e menor pegada de carbono, quando comparado com combustíveis mais poluentes, mas não só. Entre as suas vantagens, podemos destacar as seguintes:
• Relativamente a outras fontes fósseis, o gás natural é o que apresenta o menor impacte ambiental;
• Possibilita uma combustão com um rendimento térmico elevado, assim como o controlo e a regulação da chama de forma simples;
• Pode proporcionar vantagens ambientais, quando é utilizado no setor rodoviário, ao substituir a gasolina ou o diesel tradicionais;
• É um fonte de energia versátil e confiável, capaz de satisfazer as necessidades energéticas de uma ampla gama de setores industriais de maneira eficiente e económica.
Por outro lado, o processo de extração subterrânea do gás natural continua a levantar preocupações ambientais e sociais, incluindo a contaminação de lençóis de água e os consequentes impactos na saúde. Entre as principais desvantagens, é importante destacar que este gás apresenta:
• Emissões mais elevadas de gases com efeito de estufa para a atmosfera;
• Um maior risco de incêndios e explosões, quando não é armazenado corretamente;
• É um combustível não renovável. Mais tarde ou mais cedo, deixaremos de poder contar com este recurso.
As perspetivas futuras do biogás e biometano
Segundo a Comissão Europeia, o biometano vai ajudar a descarbonizar o sistema energético da União Europeia (UE). Tal como descrito no REPowerEU, existe uma necessidade evidente de aumentar a sua produção até 2030. Desta forma, eliminar-se-á gradualmente a dependência da Europa relativamente aos combustíveis fósseis e os consumidores ficam menos expostos à volatilidade dos preços do gás natural.
Enquanto fontes de energia renovável, o biogás, mas mais o biometano, são alternativas-chave gasosas para travar a atual crise climática. É claro que, para isto acontecer, os desafios existentes precisam de ser superados.
Quais os desafios da transição energética?
Para alcançar a meta ambiciosa ambiental estabelecida, a Comissão Europeia apresentou um projeto que acompanha o plano REPowerEU, definindo as medidas que podem ser adotadas para aproveitar todo o potencial do biogás e do biometano na UE.
As ações-chave para que a utilização e produção do biogás e biometano sejam uma realidade passam por:
• Criar uma parceria industrial europeia (com o fim de promover a produção e utilização sustentável de biometano);
• Acelerar os investimentos e financiamentos produtivos;
• Reduzir os custos ligados à purificação do biogás;
• Avaliar os desafios das infraestruturas de abastecimento e armazenamento existentes nos vários estados-membros.
Biogás e biometano: o que permitem?
Apesar dos desafios da transição energética, utilizar fontes renováveis será sempre uma mais-valia. Afinal, o biogás e o biometano permitem:
• Reduzir a emissão de GEE;
• Gerar calor e energia renováveis;
• Tornar a rede de transportes mais limpa e eficiente;
• Reciclar e reaproveitar resíduos que seriam descartados;
• Apoiar a transição agroecológica, devido ao reaproveitamento sustentável dos substratos agrícolas;
• Fechar o ciclo de carbono, após a purificação do biogás em biometano.
PRIO na demanda da transição energética
A preocupação ambiental faz parte da nossa essência e o nosso objetivo é mover consciências rumo a um futuro mais sustentável. Desde a produção de biocombustíveis a soluções energéticas renováveis, a PRIO tem procurado minimizar a sua pegada de carbono, apostando na economia circular e em boas práticas ambientais.
Afinal, queremos que as gerações atuais e futuras possam desfrutar de um planeta mais sustentável, onde a transição energética seja uma realidade permanente.
Sabias que 59 dos nossos locais de abastecimento estão equipados com painéis fotovoltaicos? E que estes produzem energia equivalente ao consumo de quase 600 famílias? Desta forma, evitamos a emissão de mais de 100 toneladas de CO2, por ano, para a atmosfera. Por isso, se não consegues evitar deslocar-te de carro, podes abastecer com segurança e sustentabilidade num dos nossos postos. Temos soluções como o ECO Diesel e o ZERO Diesel, ambas com energia renovável na sua fórmula, para que possas fazer mais quilómetros, a um preço reduzido e com menores emissões poluentes.
Enquanto as questões energéticas relacionadas com o biogás, biometano e gás natural não estiverem cimentadas a 100%, permanecemos empenhados a fazer mais pelo nosso planeta, colocando à tua disposição produtos e serviços conscientes. Desde o programa PRIO Ecowaste, que te permite reciclar os teus óleos alimentares usados, até aos restantes combustíveis de qualidade do nosso portefólio, oferecemos-te as ferramentas necessárias para que possas envolver-te ativamente nesta missão. Preparado para fazer parte da mudança?
Lê também:
• Agricultura de precisão: quando a tecnologia cultiva o futuro
• Bioetanol: já ouviste falar desta solução altamente energética?
• Ecoansiedade: sabes do que se trata e como combatê-la?
Neste artigo, explicamos-te as diferenças e as vantagens do biogás, biometano e gás natural, enquanto apresentamos os desafios e limitações de cada uma destas soluções.
O papel do biogás, biometano e gás natural
O biogás, biometano e gás natural são facilmente confundidos como sendo gases iguais. No entanto, não poderiam ser mais diferentes, principalmente em matéria de sustentabilidade.
O biogás é produzido a partir da decomposição anaeróbica (uma espécie de “biodigestão”) de resíduos orgânicos, o biometano é o resultado da purificação do biogás, enquanto o gás natural é um combustível fóssil extraído de reservas subterrâneas. Analisemos caso a caso, para simplificar.
Biogás
Como te explicamos, o biogás é produzido a partir da decomposição de matéria orgânica, como estrume, restos de alimentos ou substratos agrícolas. Durante este processo, feito num ambiente controlado sem oxigénio, os microrganismos vão decompondo estes resíduos. Como subproduto obtém-se o biogás, constituído por diferentes gases, como:
• Metano (CH4);
• Dióxido de carbono (CO2);
• Oxigénio (O2);
• Vapor de água (H2O);
• Sulfureto de hidrogénio (H2S);
• Siloxanos (H4Si).
No fundo, o impacte ambiental do biogás é muito reduzido. Este, basicamente, transforma lixo e desperdício em energia útil, reduzindo as emissões de CO2 e outros gases poluentes, durante o processo de obtenção e utilização.
Biometano
O biometano tem uma composição idêntica ao gás natural e é por isso que pode ser injetado na rede de abastecimento existente sem levantar grandes problemas. Este biocombustível gasoso é obtido mediante a purificação do biogás. Neste processo, são retiradas todas as impurezas contaminantes — como o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2), o nitrogénio (N) ou o gás sulfídrico (H2S) —, até ser alcançada uma base quase pura de metano (CH4).
Este processo de purificação, conhecido como “upgrading”, não acarreta riscos para o meio ambiente, muito pelo contrário. Ao capturar e ao purificar o biogás, evitamos a libertação de metano para a atmosfera, um GEE muito mais potente e prejudicial do que o CO2.
Gás natural
Já a composição do gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves, assim como outros compostos químicos orgânicos. Entre estes, encontramos:
• Metano (o principal constituinte do gás natural);
• Etano (C2H6);
• Propano (C3H8);
• Butano (C4H10);
• Pentano (C5H12) e os respetivos isómeros (compostos).
Embora o gás natural seja frequentemente considerado uma alternativa mais limpa aos combustíveis fósseis mais pesados, como o carvão ou o petróleo, este ainda apresenta um impacte ambiental significativo. A sua combustão, para gerar energia ou aquecimento, liberta emissões de dióxido de carbono consideráveis. Além disso, durante a extração, o processamento e o transporte do gás natural, são libertadas quantidades de metano consideráveis para a atmosfera, aumentando significativamente a sua pegada de carbono, quando comparado com o biogás ou o biometano.
Futuro sustentável: contamos com biogás, biometano e gás natural?
O biogás é um biocombustível gasoso de origem biológica, o que faz com que pertença à categoria dos combustíveis renováveis. Já o biometano, por ser purificado, é considerado um biocombustível avançado. Ambas as alternativas, devido às suas características sustentáveis, podem desempenhar um papel fundamental na transição energética.
Apesar do nome dado ao gás natural, este é um combustível gasoso de origem fóssil. Ou seja, não pertence à categoria dos combustíveis renováveis. Trata-se da terceira fonte de energia mais usada, depois do petróleo e do carvão. A sua ampla utilização deve-se, sobretudo, à sua eficiência energética e ao preço competitivo. Ainda assim, não nos podemos esquecer de que se trata de um recurso finito, cuja extração e aplicação apresentam implicações ambientais acentuadas.
É neste contexto que o biogás e o biometano se destacam como alternativas mais promissoras. Como biocombustíveis gasosos renováveis, são cruciais para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e mitigar as alterações climáticas.
A produção destes biocombustíveis avançados defende uma abordagem mais sustentável do que a do gás natural, recorrendo à biomassa para gerar energia limpa. Além disso, o uso de resíduos orgânicos nos seus processos de produção promove a economia circular, transformando o desperdício num recurso valioso e reduzindo a necessidade de recorrer a aterros sanitários para depositar lixo orgânico.
A incorporação de biogás e biometano na matriz energética mundial e nacional pode trazer inúmeros benefícios, incluindo a redução das emissões de GEE, a melhoria da gestão dos resíduos e a diminuição da poluição atmosférica.
Biogás: quais as vantagens e desvantagens?
Segundo a EBA — European Biogas Association, o biogás e o biometano são peças cruciais para atingir a neutralidade carbónica até 2050.
Entre as vantagens do biogás, é importante destacar o seguinte:
• O biogás, relativamente ao gás natural, não tem tanto impacte ambiental;
• Aproveitar a energia do biogás proveniente de aterros sanitários e do tratamento de águas residuais representa uma solução mais sustentável para a gestão dos resíduos urbanos em causa;
• Usar o biogás para gerar energia impede que o metano, oriundo da decomposição da matéria orgânica, seja libertado para a atmosfera, quando se transforma em gás carbónico por via do processo de queima;
• O biogás é uma energia alternativa mais limpa. Para dar resposta às necessidades energéticas, as comunidades isoladas podem usar os resíduos provenientes da pecuária e da agricultura para produzir este biocombustível gasoso;
• Segundo a Agência Internacional de Energia, para já o biogás e o biometano representam apenas uma pequena parte do consumo global de bioenergia. Com o interesse crescente nestes combustíveis renováveis, o número de instalações globais em funcionamento deverá aumentar nos próximos anos.
Embora o biogás seja uma fonte de energia renovável e sustentável, também apresenta desafios importantes que merecem ser considerados, como:
• Depende da disponibilidade de matéria-prima orgânica para ser produzido, como resíduos agrícolas e dejetos de animais. Por isso, a sua produção pode ser limitada em áreas com escassez destes recursos;
• Podem existir variações na qualidade e quantidade do biogás produzido, o que pode afetar a sua eficiência e previsibilidade. Nesse sentido, é fundamental haver uma gestão cuidadosa do processo de produção;
• A instalação de uma unidade de produção de biogás requer investimentos significativos, principalmente em equipamentos e em infraestruturas adequados. Além disso, o custo de operação e de manutenção também pode ser considerável, especialmente em sistemas de produção de grande escala.
Biometano: quais as vantagens e desvantagens?
Já sabes que a obtenção de biometano é alcançada com sucesso, quando se realiza a purificação total do biogás. Entre as vantagens deste biocombustível gasoso, é preciso destacar que:
• O biometano promove uma economia verde, uma vez que contribui para a sustentabilidade ambiental, a economia circular e a redução das emissões de GEE;
• O biometano é uma solução inteligente para a gestão de resíduos orgânicos, através do aproveitamento de matérias-primas que de outra forma seriam descartadas ou enviadas para aterros sanitários. Ao converter resíduos orgânicos numa fonte de energia valiosa, consegue reutilizar e reciclar recursos inesgotáveis no processo de produção;
• Como pode ser produzido localmente, o biometano não precisará que sejam construídas grandes infraestruturas de abastecimento. Esta produção descentralizada torna-se uma opção viável, mesmo em comunidades mais rurais ou remotas, promovendo a autonomia energética local;
• O biometano tem um impacto direto na qualidade de vida de todos, por reduzir a libertação de metano para a atmosfera, capturado no processo de decomposição dos resíduos orgânicos. Isto não só ajuda a reduzir as emissões de GEE, como melhora a qualidade do ar, diminuindo os riscos para a saúde associados à poluição atmosférica.
Em termos de obstáculos para a transição energética, ainda há um caminho considerável a percorrer para que o biometano faça parte do nosso dia a dia. Entre os desafios mais recorrentes, destacamos os seguintes:
• O custo de produção de biometano pode ser elevado. Este necessita de infraestruturas e equipamentos adequados para ser devidamente purificado;
• A falta de políticas públicas claras e consistentes que incentivem a produção e utilização de biometano pode dificultar o seu crescimento em termos de utilização;
• O biometano compete com fontes de energia convencionais, como o gás natural e outros combustíveis de origem fóssil, os quais são muitas vezes mais baratos e estão melhor estabelecidos no mercado de abastecimento;
• Para superar os desafios técnicos e operacionais associados à produção e utilização de biometano, são necessários investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento, de forma a obter tecnologias mais eficientes e rápidas para a purificação do biogás, métodos de armazenamento avançados e sistemas de distribuição inovadores.
Gás natural: quais as vantagens e desvantagens?
Quando falamos das vantagens e desvantagens do gás natural, nem tudo é preto no branco.
Por um lado, o gás natural desempenha um papel importante na transição energética devido à sua abundância, acessibilidade e menor pegada de carbono, quando comparado com combustíveis mais poluentes, mas não só. Entre as suas vantagens, podemos destacar as seguintes:
• Relativamente a outras fontes fósseis, o gás natural é o que apresenta o menor impacte ambiental;
• Possibilita uma combustão com um rendimento térmico elevado, assim como o controlo e a regulação da chama de forma simples;
• Pode proporcionar vantagens ambientais, quando é utilizado no setor rodoviário, ao substituir a gasolina ou o diesel tradicionais;
• É um fonte de energia versátil e confiável, capaz de satisfazer as necessidades energéticas de uma ampla gama de setores industriais de maneira eficiente e económica.
Por outro lado, o processo de extração subterrânea do gás natural continua a levantar preocupações ambientais e sociais, incluindo a contaminação de lençóis de água e os consequentes impactos na saúde. Entre as principais desvantagens, é importante destacar que este gás apresenta:
• Emissões mais elevadas de gases com efeito de estufa para a atmosfera;
• Um maior risco de incêndios e explosões, quando não é armazenado corretamente;
• É um combustível não renovável. Mais tarde ou mais cedo, deixaremos de poder contar com este recurso.
As perspetivas futuras do biogás e biometano
Segundo a Comissão Europeia, o biometano vai ajudar a descarbonizar o sistema energético da União Europeia (UE). Tal como descrito no REPowerEU, existe uma necessidade evidente de aumentar a sua produção até 2030. Desta forma, eliminar-se-á gradualmente a dependência da Europa relativamente aos combustíveis fósseis e os consumidores ficam menos expostos à volatilidade dos preços do gás natural.
Enquanto fontes de energia renovável, o biogás, mas mais o biometano, são alternativas-chave gasosas para travar a atual crise climática. É claro que, para isto acontecer, os desafios existentes precisam de ser superados.
Quais os desafios da transição energética?
Para alcançar a meta ambiciosa ambiental estabelecida, a Comissão Europeia apresentou um projeto que acompanha o plano REPowerEU, definindo as medidas que podem ser adotadas para aproveitar todo o potencial do biogás e do biometano na UE.
As ações-chave para que a utilização e produção do biogás e biometano sejam uma realidade passam por:
• Criar uma parceria industrial europeia (com o fim de promover a produção e utilização sustentável de biometano);
• Acelerar os investimentos e financiamentos produtivos;
• Reduzir os custos ligados à purificação do biogás;
• Avaliar os desafios das infraestruturas de abastecimento e armazenamento existentes nos vários estados-membros.
Biogás e biometano: o que permitem?
Apesar dos desafios da transição energética, utilizar fontes renováveis será sempre uma mais-valia. Afinal, o biogás e o biometano permitem:
• Reduzir a emissão de GEE;
• Gerar calor e energia renováveis;
• Tornar a rede de transportes mais limpa e eficiente;
• Reciclar e reaproveitar resíduos que seriam descartados;
• Apoiar a transição agroecológica, devido ao reaproveitamento sustentável dos substratos agrícolas;
• Fechar o ciclo de carbono, após a purificação do biogás em biometano.
PRIO na demanda da transição energética
A preocupação ambiental faz parte da nossa essência e o nosso objetivo é mover consciências rumo a um futuro mais sustentável. Desde a produção de biocombustíveis a soluções energéticas renováveis, a PRIO tem procurado minimizar a sua pegada de carbono, apostando na economia circular e em boas práticas ambientais.
Afinal, queremos que as gerações atuais e futuras possam desfrutar de um planeta mais sustentável, onde a transição energética seja uma realidade permanente.
Sabias que 59 dos nossos locais de abastecimento estão equipados com painéis fotovoltaicos? E que estes produzem energia equivalente ao consumo de quase 600 famílias? Desta forma, evitamos a emissão de mais de 100 toneladas de CO2, por ano, para a atmosfera. Por isso, se não consegues evitar deslocar-te de carro, podes abastecer com segurança e sustentabilidade num dos nossos postos. Temos soluções como o ECO Diesel e o ZERO Diesel, ambas com energia renovável na sua fórmula, para que possas fazer mais quilómetros, a um preço reduzido e com menores emissões poluentes.
Enquanto as questões energéticas relacionadas com o biogás, biometano e gás natural não estiverem cimentadas a 100%, permanecemos empenhados a fazer mais pelo nosso planeta, colocando à tua disposição produtos e serviços conscientes. Desde o programa PRIO Ecowaste, que te permite reciclar os teus óleos alimentares usados, até aos restantes combustíveis de qualidade do nosso portefólio, oferecemos-te as ferramentas necessárias para que possas envolver-te ativamente nesta missão. Preparado para fazer parte da mudança?
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