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Já ouviste falar em carros flex? É bem provável que não, uma vez que a sua presença nas estradas portuguesas ainda é residual e, mesmo no resto da Europa, são pouco comuns. Criados nos Estados Unidos, no final do século passado, para reduzir a dependência do petróleo, estes veículos de combustível duplo têm sido apontados como uma das soluções da mobilidade sustentável.

Se desconheces como funciona a tecnologia dos motores flex, nós explicamos-te. Afinal, estamos a falar de automóveis que podem ajudar-nos a atingir a necessária neutralidade carbónica.

O que são os carros flex?

Os carros flex ou veículos flex (do inglês, “flexible fuel vehicle”), tal como o nome denuncia, são flexíveis no que toca à escolha do combustível que usam: gasolina, por um lado, ou um biocombustível, como o etanol ou o metanol, por outro.

O funcionamento de um motor flex assemelha-se aos tradicionais, que funcionam a combustão interna. Este também trabalha a quatro tempos, recebe o combustível armazenado no depósito e queima-o na câmara de combustão. A grande diferença é que está preparado para receber dois tipos de combustível: um de origem fóssil (normalmente a gasolina) e um biocombustível, proveniente de fontes renováveis, sendo o etanol o mais comum. Ambos são misturados e coabitam dentro do mesmo depósito. Por possuírem um sensor eletrónico, que deteta a mistura de combustível e ajusta a injeção do mesmo em conformidade, os carros flex conseguem usar uma fonte de energia dupla.

Qualquer modelo automóvel pode ser convertido num carro flex?

Para um automóvel usar dois combustíveis diferentes, é necessário que este seja alvo de algumas alterações, tanto no sistema de injeção como no motor. No entanto, esta adaptação não é simples e pode ser mais cara do que gostarias. Em todo o caso, podes consultar os profissionais especializados neste tipo de adaptações e perceber o que está em jogo.

Deixamos-te apenas um lembrete: só os veículos ligeiros de passageiros ou comerciais são convertíveis.

Veículos flex e o abastecimento

Quando abasteces um carro flex, não tens de te preocupar em calcular uma medida exata de cada um dos combustíveis. Só necessitas de encher o depósito com aquele que melhor corresponder às tuas necessidades em cada momento, ou conforme a tabela de preços das duas opções. Assim, consegues optar pela que for mais económica. Afinal de contas, flexibilidade significa isto mesmo, certo?

Caso optes por abastecer apenas com etanol ou bioetanol, o carro irá gastar mais, mas também terá mais potência, porque estamos a falar de soluções com maior densidade energética. Se preferires a gasolina, reduzes o consumo e a potência do motor. No fundo, és tu que decides: atestar com um combustível, ou misturar dois na proporção que entenderes. Só não é recomendável conduzir na reserva, de forma a preservar a saúde de componentes mecânicos essenciais.

Embora o etanol seja o combustível alternativo mais comum dos carros flex, existem outras hipóteses, como o metanol, o gás natural veicular (GNV) ou ainda o gás natural liquefeito (GNL). Tudo depende da compatibilidade de cada modelo.

A solução E85

O E85 é um combustível que contém uma percentagem de até 85% de etanol, ou bioetanol, misturado com gasolina, criado para abastecer os veículos de combustível duplo. Esta mistura dá origem a uma energia equivalente à de 105 octanas, de forma mais limpa e com melhor desempenho, quando comparada com as opções de combustível convencional.

Embora esteja disponível em países fortemente comprometidos com a sustentabilidade, como a Suécia ou a França, a utilização do E85 cai a pique no resto da Europa. Atualmente, ainda não é comercializado em Portugal. Ainda assim, a PRIO já desenvolveu a sua oferta para este segmento, apesar de ainda não estar disponível para comercialização. Trata-se do Bioetanol PRIO E85, uma solução composta por aproximadamente 85% de biocombustíveis. Por isso, não é de estranhar que ajude a reduzir cerca de 65% das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera.

Como estamos comprometidos com a mudança e queremos oferecer-te soluções acessíveis que te ajudem a fazer parte da mesma, continuamos a seguir à risca a diretiva da União Europeia, que obriga à incorporação de, pelo menos, 10% de energia renovável nos combustíveis terrestres. Por isso, continuamos a apostar fortemente na produção de biocombustíveis avançados em Portugal, em prol da sustentabilidade.

vantagens dos veículos flex


Por utilizarem combustíveis mais limpos, como o etanol, os carros flex ajudam a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE), contribuindo para a proteção do meio ambiente. Entre as suas principais vantagens, destacamos as seguintes:

• Contribuem para a sustentabilidade ambiental: ajudam a reduzir a pegada de carbono do setor automóvel e contribuem ativamente para a ecomobilidade, enquanto preservam o meio ambiente;
• Ajudam a poupar: com as flutuações dos preços dos combustíveis que caracterizam o mercado nos últimos tempos, os veículos flex permitem que o consumidor opte pela solução mais económica na hora de abastecer;
• Diversificam a matriz energética: por recorrerem a combustíveis alternativos como fonte de energia, ajudam as frotas a tornarem-se menos dependentes dos derivados do petróleo;
• Beneficiam de incentivos fiscais: sendo uma solução para a mobilidade sustentável, alguns países já introduziram benefícios fiscais para incentivar a compra de veículos flex.

Desvantagens dos veículos de combustível duplo

Apesar das inúmeras vantagens oferecidas pelos veículos de combustível duplo, é importante considerar algumas desvantagens associadas à sua tecnologia. Embora a capacidade de utilizar tanto etanol quanto gasolina ofereça flexibilidade e benefícios económicos e ambientais, existem desafios e limitações que podem afetar a experiência do condutor e o desempenho do veículo, como:

• Risco de danos no motor: o etanol absorve facilmente a sujidade, o que pode afetar alguns componentes do motor. Ainda assim, este risco pode ser minimizado, se o abastecimento for alternado com gasolina;
• Preço superior: regra geral, os carros flex são mais caros que os modelos tradicionais movidos apenas a gasolina;
• Arranque difícil nos dias mais frios: isto verifica-se em especial nos modelos de carros flex mais antigos, quando a temperatura do combustível impede o arranque, uma vez que a evaporação do etanol é inferior à da gasolina. Ou seja, se a temperatura for inferior a 14° C, o motor precisa de ser preparado com alguma antecedência;
• Rede de abastecimento pouco robusta: por ainda não ser uma opção comum em muitos países, como Portugal, a rede de abastecimento de etanol ainda carece de desenvolvimento.

Carros flex: um sucesso no Brasil, mas pouco conhecidos na Europa

Preferidos nuns mercados, desconhecidos noutros, os carros flex não têm uma presença homogénea em todos os continentes.

Embora só tenham chegado ao Brasil em 2003 pela marca “Volkswagen”, este permanece como o país com mais carros de combustível duplo, que representam 90% das vendas. Nos Estados Unidos, onde os veículos de combustível duplo nasceram, a percentagem de compra também é expressiva. Segundo o Departamento de Energia norte-americano, em 2022, existiam 20,9 milhões de veículos flex a circularem nas estradas.

Em 2021, a Índia, um dos maiores mercados automóveis do mundo, anunciou o investimento nesta tecnologia, para reduzir a dependência do petróleo e as emissões poluentes.

Pelo contrário, a falta de incentivos ao uso de veículos flex na Europa faz com que estes ainda estejam “adormecidos”, revelou um estudo do portal ScienceDirect. Ainda assim, alguns fabricantes automóveis europeus introduziram estes modelos na sua oferta. É o caso da Ford, Volvo, Renault e Volkswagen.

Em contraciclo com o restante cenário europeu, estão países como a Suécia, onde houve uma aposta no alargamento dos postos de abastecimento e, em 2008, 22% dos carros vendidos já eram flex.

Serão a única solução para a mobilidade sustentável?

Embora inexistentes ou embrionários em muitos países, depois dos modelos 100% elétricos, os veículos flex são, atualmente, o mais próximo de um carro sustentável. Exemplos como o Brasil ajudam a posicioná-los como uma opção viável para a mobilidade sustentável a nível global.

Tudo indica que os carros de combustível duplo podem ser integrados com sucesso noutros mercados, oferecendo uma alternativa intermediária entre os modelos convencionais a gasolina e os totalmente elétricos. Esta integração é especialmente viável em regiões onde a aposta em biocombustíveis está bem estabelecida, como na Península Ibérica, onde a produção é assegurada e reforçada pela PRIO.

Queremos continuar a fazer parte deste percurso alternativo, onde a oferta de combustíveis ecológicos de qualidade não é um cenário do amanhã. Esta já faz parte da realidade de muitos dos consumidores que nos escolhem. Não é por acaso que o ECO Diesel conquistou um triplo reconhecimento, nomeadamente o selo de “Escolha do Consumidor”, por se revelar uma solução acessível, e por ser o único produto do mercado nacional com a maior incorporação de energia renovável na sua fórmula.

Por isso, à semelhança do que temos feito até aqui, continuaremos a inovar por ti e, sobretudo, pelo futuro de todos nós.


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